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UCDA Comparado a UCEM
Por Celia Hales, publicado em seu blog “Miracles Each Day”
A escrita canalizada de Mari Perron, Um Curso de Amor, numa nova edição combinada – O Curso, Os Tratados e Os Diálogos, acrônimo UCDA, é uma narrativa belamente representada, que vejo como uma sequência de Um Curso em Milagres. Ela escutou internamente, como me relatou em uma entrevista quando a conheci em St. Paul há mais de uma década atrás, que UCDA foi-lhe apresentado por Jesus como “outro Curso em Milagres.” Ela disse que, por volta de uma semana antes, havia concordado em assumir um projeto muito grande, um projeto que eventualmente a levou a renunciar ao seu emprego na Universidade de Minnesota nas Cidades Gêmeas, para se dedicar em tempo integral à canalização. A canalização foi feita no final do século XX e início do século XXI. Mari é a escriba; Jesus, como muitos acreditam, é o canalizador.
O Curso: o Primeiro Livro
Nas minhas leituras, não encontrei contradições de nenhuma espécie com UCEM. Minha avaliação sintética é de que UCDA é para o coração o que UCEM é para a mente. Jesus diz que ele está combinando mente e coração em O Curso para levar a um estado que ele chama de “plenitude de coração”. Há muitas passagens consoladoras, notavelmente um convite maravilhosamente feito para se juntar a Jesus em um abraço que nos conforta e nos sustenta, e que retornamos em um abraço recíproco. Ele nos convida a chorar, ainda que saibamos que ele não nos deixará chorando, mas, em vez disso, nos elevará para a sua visão de vida e amor, que devem ser vividos.
Há muito em UCDA sobre o fato de que nossa ficção de um ser separado deve ser substituída pela união que pode ser compreendida apenas no relacionamento um com o outro. Como em UCEM, este é destinado a ser um relacionamento santo, e não um relacionamento especial. Jesus nos pede que sirvamos uns aos outros e afirma que isso descreve a natureza circular do universo: servir e ser servido. Jesus está muito preocupado, em toda a série de três volumes, com que não continuemos buscando nossas respostas; devemos descansar na visão de que sabemos o suficiente para viver no amor. Ele fala sobre o fato de que aparentemente estamos sempre buscando, mas estamos cansados, e ele sabe que nos questionamos sobre quando esta procura finalmente chegará ao fim. Em UCDA, a busca finalmente chega ao fim. A segunda e terceira partes, Os Tratados e Os Diálogos, particularmente nos propõe a deixar para trás nosso intelectualismo e para escutar, com plenitude de coração, nossa mente e coração em conjunção com o outro. Nessas partes finais, particularmente a última, ele renuncia a ser nosso professor e nos fala como um de nós.
Os Tratados: o Segundo Livro
Quando comecei a ler pela primeira vez a segunda das três partes, Os Tratados, fiquei convencida de que Jesus era o autor; foi uma decisão intelectual, em parte baseada na novidade do material e em sua complexidade. Somando a isso, o fato de não haver contradições com UCEM teve um grande peso na minha decisão. Os Tratados são quatro em número e fornecem uma estrutura intelectual de maneiras que os outros dois volumes não fazem. Eles são mais difíceis de entender, mas a mesma bela linguagem está lá, junto com a franqueza que aprendi a associar a Jesus. Nas primeiras páginas, ele nos pede para escolher um milagre e explica que isso nos ajudará a compreender o que está dizendo. Mais para frente, ele afirma, alinhado com o pensamento oriental, que a atenção plena será um complemento para a “plenitude de coração”.
Conforme o texto segue, há muitas coisas novas nele – ideias que retomam o que foi deixado de fora de UCEM, com o tempo do Espírito Santo e afirmações de que estamos agora no tempo da Consciência Crística. Sempre houve indivíduos que incorporaram a Consciência Crística, mas nenhum (exceto Jesus, podemos acrescentar) que a sustentou. Jesus não promete uma Segunda Vinda física, assim como não o fez em UCEM, mas ele indica que agora é a hora de sustentar a Consciência Crística por mais e mais pessoas e afirma que as crianças nascidas agora habitarão um mundo bem diferente daquele dos seus ancestrais.
Jesus afirma, categoricamente, que UCEM e Um Curso de Amor trabalham de mãos dadas. UCEM tinha o objetivo de deslocar o ego e UCDA se baseia nesse sucesso, dando-nos as ferramentas com as quais trabalhar. No volume final, Os Diálogos, ele declara que agora estamos realizados e apresenta uma cartilha feita para ser lida e compreendida durante quarenta dias e noites. Estamos trabalhando em uma ascensão de quarenta dias para elevar o Ser da forma em nossa terra.
Muito esforço é dedicado ao falso pensamento que temos sobre continuar a busca num caminho sem fim. Quanto é o bastante? Quando a busca termina? Jesus enfatiza que estamos prontos agora, uma vez que trilhamos toda a jornada (a qual ele descreve no final da terceira parte, Os Diálogos) e que uma busca interminável não é o que ele quer para nós. Deixaremos os aspectos grosseiros de nossas personalidades desaparecer, sabendo que somos amados e que atingimos a Cristandade que ele nos prometeu.
No que aparenta ser um afastamento de UCEM, Jesus alega que nenhum sentimento é ruim. Em UCEM, ele havia dito que a raiva nunca é justificada. Em Um Curso de Amor, ele aponta diferentes aspectos da personalidade que não nos impedem de aceitar a Consciência Crística plenamente. Alguns destes aspectos são negativos, mas ele nos oferece uma visão de que podemos ter essas peculiaridades indesejáveis, indesejáveis para nós, deixadas de lado se não nos preocuparmos com elas. Caso contrário, parece que devemos simplesmente ser tolerantes com os nossos aspectos que estarão sujeitos a mudanças enquanto crescemos na Consciência Crística.
Em UCEM, a perfeição é vista como um pré-requisito, e foi dito que Jesus estaria até o final do tempo para desfazer esses erros em nós que, de outra forma, não conseguiríamos desfazer. As diferenças entre esses dois pensamentos talvez não sejam tão grandes quanto imaginamos, se lembrarmos do Novo Testamento, em que o homem Jesus, a vida exemplo da Consciência Crística, ficou irado na última semana de sua vida com os agiotas no templo.
Acreditar que podemos manter alguns aspectos negativos e, ainda assim, ascender para a Consciência Crística é uma afirmação memorável que parece boa demais para ser verdade. Entretanto, acredito que é verdade e que é apenas nosso próprio ego que alegaria que essa nova compreensão é arrogância. Esta é a sugestão, discutida acima, de Um Curso de Amor, que não precisamos ser perfeitos para sermos o Ser elevado da forma neste mundo. Isso é extremamente tranquilizante, porque quantos de nós tenta e tenta, apenas para cair repetidamente? Isso é desanimador para aqueles de nós que trilha o caminho espiritual e a afirmação de Jesus nega a realidade da perfeição como um critério para que ele nos aceite como Consciência Crística. Essa afirmação é uma das mais surpreendentes nos volumes e, talvez, a mais controversa.
Os relacionamentos são vistos na mesma linha do que em UCEM e os relacionamentos especiais devem se transformar em relacionamentos santos. Isso mudará tudo. Existiremos em união com nossos irmãos e irmãs, em relacionamento, e isso alimentará a nova forma Crística que ocupamos.