UCDA na vida diária

Construa relacionamentos saudáveis

Queremos nos sentir conectados, mas sabemos que os diversos tipos de relacionamentos comumente se tornam insatisfatórios e amargos. Por que isso acontece? Como podemos construir relacionamentos significativos e satisfatórios?

Quando lidamos com relacionamentos, temos a tendência de pensar que as pessoas vão nos proporcionar aquilo de que carecemos. Embora também tenhamos algo a oferecer a cada relacionamento, o padrão subjacente é baseado numa troca: “desse aqui eu obtenho amizade”, “daquele ali eu obtenho amor”, “daquele outro eu obtenho dinheiro”, “desse outro aqui eu obtenho momentos agradáveis”, “daquele lá eu obtenho dicas profissionais”, “desse aqui eu obtenho dicas pessoais”.

Quando esse padrão é rompido, ou seja, a pessoa falha em nos prover aquilo que esperávamos obter, o relacionamento termina. Quem era elogiado passa a ser criticado, um amigo vira um inimigo, um parceiro se torna um competidor. Escute estas passagens de Um Curso de Amor:

Não é nenhum segredo que vives em um mundo de oferta e demanda. Do simples conceito de indivíduos que precisam estar em relacionamento para sobreviver, teceu-se essa complexa rede de uso e abuso.

Em vez de reconhecer tua união, um estado em que tu és íntegro e completo, pois estás unido a tudo, decidiste manter-te separado e usar os demais para apoiar tua posição separada. Vês a diferença entre essas duas posições?

Se tu não podes estar só, deves estar continuamente em relacionamento. Portanto, o relacionamento não deve depender da interação, tal como a compreendes. Ser em relacionamento é ser presente.

Sempre parece que os outros têm o que te falta e o que buscas. Pareces estar sozinho em tua fragilidade, solidão e falta de amor. Isso não precisa ser assim, pois não estás separado!

Os relacionamentos que buscas para pôr um fim à tua solidão podem fazê-lo apenas se aprendes a ver o relacionamento de maneira diferente. Não consegues ver que, quando escolheste tornar-te separado e sozinho, também fizeste uma escolha pelo medo? O medo nada é senão uma escolha, e pode ser substituído por uma escolha de um outro tipo.

A única substituição que poderá satisfazer à tua busca é a substituição da ilusão pela verdade, a substituição do medo pelo amor, a substituição do teu ser separado pelo teu verdadeiro Ser, o Ser que descansa em unidade.

Buscar aquilo que perdeste em outras pessoas, lugares e coisas é apenas um sinal de que não compreendes que aquilo que perdeste ainda pertence a ti. É isso que te trará felicidade e paz, contentamento e um senso de pertencimento.

Um Curso de Amor

A base de relacionamentos saudáveis: Consciência da unidade com nosso verdadeiro Ser

Embora nosso estado natural seja de união, a cultura predominante colocou tanta ênfase no corpo que acabamos nos esquecendo de quem realmente somos. Na verdade nunca estamos sós e nem separados uns dos outros.

Estamos em constante relacionamento com tudo na vida, sustentados pela consciência que nos une a todos. Essa consciência é o Ser que compartilhamos em unidade. É esse relacionamento universal que assegura que todas as nossas necessidades serão supridas. Quando nos apoiamos nesse relacionamento universal, até poderíamos dizer sagrado, vivemos livres de medos e de incertezas.

Pode ser que você teve experiências de encontros fortuitos que se tornaram amizades duradouras, sincronicidades e “boas sortes” que revelaram sua interconexão com a consciência universal num nível que transcende o corpo. Um Curso de Amor descreve isso desta forma:

Apenas te é pedido que desistas de tua ideia insana de que estás sozinho. Falamos muito de teu corpo aqui, apenas porque é a tua prova da validade dessa ideia insana. É também a tua prova para justificar uma vida de medo. Como poderias não ter medo pela segurança de um lar tão frágil como o corpo?

É por isso que te foi pedido que experimentes o espírito de teus irmãos e irmãs, em vez de apenas relacionar-te com seus corpos, como sempre fizeste.

Imagina uma multidão de pessoas em uma pequena sala. Isso não é relacionamento. Quando te sentires tentado a pensar que um relacionamento está ligado à proximidade física, pensa nesse exemplo. O que é um jantar festivo se o amor não estiver presente? Uma mera obrigação social. Mas um jantar festivo em que o amor é bem-vindo se torna uma celebração.

Não pensas que estás procurando por ti mesmo nos outros e, em vez disso, pensas que estás procurando por algo ou por alguém diferente de ti mesmo. Em alguns momentos de tua vida, declaras essa busca que fazes muito claramente, e isso é sempre específico. Procuras por um amigo, um cônjuge, um mentor.

Acreditas que buscas algo diferente de ti para completar a ti mesmo, pois buscas completar a ti mesmo. Buscas completude.

O que anseias é a re-união. No entanto, não vos lembrastes de que a primeira união é entre mente e coração. A primeira união é a união com o Ser.

Ao mantermos a consciência de nosso verdadeiro Ser e nos relacionarmos com a totalidade, não apenas com o corpo, de nossos irmãos e irmãs, experimentamos uma satisfação mais profunda nos relacionamentos específicos que temos.

E ao nos darmos conta de nosso relacionamento com o todo, com a consciência universal, cada relacionamento individual será visto a partir de uma perspectiva maior e ficará repleto de compaixão e de compreensão, dando-nos força interior e flexibilidade para lidar com conflitos e desentendimentos.

Assim nos sentimos muito menos inclinados a reagir a partir de um lugar interior de medo, apelarmos para a raiva, fazermos tempestade em copo d’água ou nos sentirmos incomodados por pequenas coisas que acontecem no cotidiano.

O perdão e o fim dos julgamentos: vivendo em união e relacionamento com tudo

Lembra-te agora de um dia maravilhoso, pois cada um de vós teve pelo menos um dia que era um dia de luz brilhante em um mundo de escuridão. Um dia em que o sol brilhou em teu mundo e te sentiste parte de tudo. Cada árvore e cada flor te deram boas-vindas. Cada gota de água parecia refrescar tua alma, cada brisa parecia levar-te ao céu. Cada sorriso parecia ser direcionado a ti e teus pés pareciam quase não tocar o chão macio sobre o qual caminhavas.

Isso te espera, à medida que não colocas julgamento no mundo e, assim procedendo, te unes a tudo e estendes tua santidade em um mundo de sofrimento, transformando-o em um mundo de alegria. União se baseia no perdão. Sem nenhum julgamento sobre si, a paz brilha sobre tudo que contemplarias, assim como sobre cada situação com que te depararias.

Aquilo que não recebes é uma medida daquilo que guardas para ti.

Uma mágoa é algo que escolheste para ti mesmo, uma parte de um relacionamento que desagregaste e observas com desprezo e superioridade moral. Tu não és consciente de que escolhes essa forma de retenção, muitas vezes, dezenas ou até mesmo centenas de vezes por dia.

Uma chamada telefônica não retornada, um pouco de engarrafamento, uma palavra dura, um recado esquecido – todos estes podem ser ressentimentos que guardas para ti mesmo e te recusas a soltar.

No momento em que começas teu dia, podes já haver guardado diversos deles em tua mente, onde torna-os motivos para seguir acumulando ainda mais coisas que guardas para ti. Agora, tens um pretexto, ou muitos, para um dia ruim. Por que darias qualquer coisa a qualquer pessoa, quando teu dia já te tratou tão mal? Guardas até mesmo um sorriso, pois escolheste mágoas em vez do amor.

O que tu não reconheces, é que cada situação é um relacionamento, mesmo as mais simples como uma chamada telefônica não retornada ou um engarrafamento.

Reconhece que é muito pouco provável, na realidade, que teu desejo de que tua vida seja diferente e teu desejo de que tua infelicidade desapareça sejam causados pelos detalhes de tua vida. Ainda assim, não és chamado a aceitar o que não gostas, mas a aceitar que não gostas de seja o que for de que não gostes. Então, e somente então – quando tiveres aceitado a maneira como te sentes – podes responder verdadeiramente.

Os sentimentos rejeitados são aqueles pelos quais te culpas. Os sentimentos excluídos são projetados fora do corpo. Esses são os sentimentos indesejados, pelos quais se culpa a outros.

O que acontece quando os sentimentos de solidão ou desespero, raiva ou dor, se unem com o Ser do espaço amplo? Essa união ocorre apenas através da aceitação. Sem aceitação, a separação perdura, junto com a manifestação física.

Todo o poder de efetuar mudanças vem da aceitação. Não vem da aceitação de como as coisas são, mas da aceitação de quem tu és no presente. Não vem através da aceitação de como queres ser, mas de como és agora. Somente quando tiveres aceitado como te sentes, deixarás de rotular de bom ou ruim; apenas então poderás lidar com qualquer coisa a partir de um lugar de paz.

Um Curso de Amor

Capa do livro Um Curso de Amor

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CONHECE A TI MESMO e comece a viver a vida que sempre quis.

LEITURAS SUGERIDAS DE UM CURSO DE AMOR:

O Curso, Capítulo 5: Relacionamento

O Curso, Capítulo 6: Perdão/União

O Curso, Capítulo 7: Guardar para si

O Curso, Capítulo 9: O retorno do filho pródigo

O Curso, Capítulo 11: Livre-arbítrio e disposição

O Curso, Capítulo 19: Unicidade e dualidade

O Curso, Capítulo 23: Liberdade do corpo

O Curso, Capítulo 30: Ser presente

O Curso, Capítulo 31: A natureza da mente

Os Tratados, Primeiro Tratado, Capítulo 9: Dar e receber

Os Diálogos, Os Quarenta Dias e Quarenta Noites, Dia 8: Aceita o presente

Os Diálogos, Os Quarenta Dias e Quarenta Noites, Dia 16: O paraíso reencontrado