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Elefantes e Rinocerontes e Milagres, Ai Ai!

Por Douwe Van der Zee, publicado em Miracles Worker Magazine (Reino Unido) – Maio/Junho 2016

Capa de Miracle Worker

Na África do Sul, Douwe Van der Zee teve uma incrível experiência de união – com um elefante.

Como uma criança que cresceu na África do Sul, busquei refúgio da solidão na natureza. Estudar biologia me parecia a coisa mais natural a fazer, mas, depois de um Mestrado em zoologia e alguns anos como cientista, deixei meu emprego como coordenador de pesquisas oceanográficas para ir atrás do meu interesse pela psique humana e sua Fonte. Em variadas carreiras desde então, atuei como conselheiro, facilitador de processos em grupo, mediador, guia de trilhas terrestres e selvagens, professor colegial, permacultor, escritor, “colega” em uma pré-escola e CEO da Associação de Guias de Campo (Natureza) da África do Sul – todas formas externas de uma busca interna por paz e Verdade. Predominantemente por meio de Um Curso em Milagres, escritos de Eckhart Tolle e Um Curso de Amor (UCDA), pude agora aceitar a instrução deste, que é necessário que dês à luz e vivas de acordo com a ideia de que não precisas ganhar teu caminho, nem pagar por ele. (T3.13.7)

Não posso dizer que isso aconteceu sem frequentes medos profundos e intensos, mas o resultado é uma alegria sempre crescente enquanto eu, uma pessoa comum, sigo “vivendo uma vida extraordinária, milagrosa e observável”. Gostaria de compartilhar com você uma história da Mente Única, vivida com um amigo companheira do tempo em que eu trabalhava como guia de campo.

Enquanto eu ajudava a guiar um grupo de fazendeiros da região da cidade onde eu vivia até a Reserva de Caça Umfolozi, a mais antiga reserva de caça na África, um grande elefante adulto apareceu bem na nossa frente, no mesmo caminho em que estávamos. Sipho, meu guia parceiro que andava na frente, fez uma volta em 180 graus e advertiu o grupo que o acompanhasse. Eles pareciam bem dispostos a segui-lo, visto que ele quase corria por segurança.

Mas isso não era para mim. Em um daqueles raros momentos de um saber absoluto e antes que minha mente pudesse interferir, caminhei justamente em direção ao elefante, em um lugar de onde o vento soprasse em sua direção (abertura e transparência!), sabendo que “nada que eu faça ou deixe de fazer ameaçará minha segurança”. (T3.3.8)

O elefante começou a investir contra mim, mas eu conseguia sentir que ele não estava sério, quase como se ele sentisse que isso era “a coisa certa” a fazer. Eu o ignorei e ele desistiu. Ele andou na minha direção e parou a aproximadamente 20 metros de distância.

“Que animal incrível você é!” Me escutei dizendo. Pude sentir que ele entendeu. Estávamos em comunhão enquanto verdadeiramente observávamos um ao outro: “A observação é uma extensão do abraço que, por sua vez, torna o abraço observável. Mais que uma ação, o abraço é um estado de ser.” (T.4.3.)

O grupo tinha se movido para um declive, mas estava agora em um lugar em que eu sabia que o elefante queria ir. Sinalizei para que eles saíssem. Como se tivesse entendido, o elefante começou a caminhar em direção a eles. “Não, não vá agora!” eu disse. “Eles não estão prontos ainda para você!”

Ele fez a volta e ficou novamente me olhando. Então, quando o grupo havia saído, ele virou e caminhou pelo declive.

Ao final da trilha, acampamos sob uma grande figueira, observados por três elefantes adultos e sete rinocerontes brancos. Um pequeno rebanho de elefantes apareceu na colina. Quando a matriarca nos viu, ela nos encarou com a tromba erguida e orelhas balançando e começou a bramar.

“Não se preocupe,” eu disse a ela em voz alta, “não machucaremos seus bebês!” Ela abaixou sua tromba e, silenciosamente, levou seu grupo para um denso caminho de junco perto do rio. A essa hora, já estava quase escuro. E então, um por um, pequenos elefantes curiosos começaram a aparecer pelo junco bem perto de nós. A matriarca não teria permitido isso de forma alguma se ela não se sentisse absolutamente segura.

Muitos participantes estavam bastante nervosos e estavam me “testando” com suas perguntas, como se dissessem: “Realmente podemos confiar em você?”

Depende, é claro, a quem eles se referiam como “você”. No mundo de ilusão, fui treinado como um zoólogo, com todas as premissas que o acompanham. Como CEO da Associação dos Guias de Campo da África do Sul, era meu papel garantir que os guias de campo ou “guarda-caças”, como eles são frequentemente chamados na África do Sul, fossem treinamos de acordo com essas premissas.

Agora, todo esse “conhecimento” era completamente inútil e somente contando completamente com uma sabedoria muito mais profunda, pude vivenciar o milagre: “O milagre é ver verdadeiramente.” (UCDA)

E, então, a primeira pessoa fez a ronda da noite rodeada por elefantes, rinocerontes e um crocodilo, no rio perto de nós, e só havia absoluta paz.

Já se passaram três anos e os fazendeiros ainda falam sobre essa trilha. Quando eles fazem isso, percebo uma grande alegria dentro deles e de mim. Tal é a natureza dos milagres.