Um Curso de Amor: História de sua origem
Como a Mari recebeu UCDA
Por quase três anos, Mari Perron ouviu uma voz interior, como se fosse um ditado. Ela transcreveu o que ouviu. O resultado, não editado, é Um Curso de Amor.
Você já teve a experiência de perceber pensamentos na sua mente que você não pensou, como se tivessem sido recebidos?
Talvez essa experiência ocorreu ao recordar uma pessoa querida, já falecida, e você sentiu que suas palavras foram recebidas na sua mente. Talvez tenha tido um momento de inspiração, ou um insight que surgiu inesperadamente na sua mente, contendo a resposta para uma pergunta sobre a qual você já não estava mais pensando.
Cientistas como Henri Poincare, Srinivasa Ramanujan e Albert Einstein reconheceram o grande papel que a intuição teve nas suas descobertas. E muitos inovadores atribuem suas invenções à intuição, como fez Steve Jobs ao dizer:
A intuição é algo muito poderoso, mais poderoso do que o intelecto, na minha opinião. Ela teve um grande impacto em meu trabalho.
A intuição é uma forma de conhecimento que chega até nós, então a ideia de que possamos ter pensamentos significativos que chegaram à nossa mente não é assim tão incomum.
Por milênios, ensinamentos religiosos foram transcritos por indivíduos que alegam tê-los ouvido na forma de revelações, tais como os Vedas hindus, os Dez Mandamentos de Moisés, os diversos textos escritos por profetas judeus, o Corão de Maomé e textos budistas como o Sutra do Coração.
Um Curso de Amor (UCDA) também nos guia ao longo do caminho que nos leva a contornar a mente intelectual e acessar a mente intuitiva da qual recebemos revelações:
Perguntas tais como: “Como seria vista essa situação se eu esquecesse tudo o que sabia antes a respeito de situações similares e olhasse para ela de uma nova maneira?” Perguntas tais como: “Realmente preciso preocupar-me com essa situação, ou posso influenciar essa situação simplesmente não me preocupando com ela e permitindo que seja como é, e se desenrole como queira?”
Um dos maiores benefícios de perguntas como essas é que podem contornar a maneira de pensar que normalmente aplicarias a tais situações. Podem evitar que rotules muitas situações como problemas ou crises. Podem deixar o caminho aberto para a revelação.
Mari Perron escreveu sobre isso no Prefácio de UCDA:
Revelação é o que é este Curso, bem como a nova maneira de saber a que ele convida. Quando recebia o Curso, recebia revelação. Quando pensava nisso, bloqueava minha capacidade de reconhecer o que recebia.
Da mesma forma que Um Curso de Amor diferencia entre o ser egoico e o verdadeiro Ser, também diferencia entre pensar e pensamento.
Consideremos agora que o “pensar” seja essa voz, ativa e muitas vezes indesejada, que há “em tua cabeça”: a voz do falatório de fundo. E consideremos que teus “pensamentos” sejam a versão mais meditativa de teu “pensar”, que até mesmo usualmente te levem a uma conclusão, um resumo dos pontos essenciais, como aquilo que poderia ocorrer a ti em um momento reflexivo ao final do dia.
Esse não é o “pensar” de uma mente em luta e em conflito, mas os “pensamentos” de uma mente em repouso.
O “pensar” descreve melhor a mente egoica; os “pensamentos” descrevem melhor a mente verdadeira. . . .Embora pensar não te sirva, tens agora mesmo – e sempre tiveste – pensamentos verdadeiros que chegam a ti a partir de teu Ser, o Ser unido em unidade.
Esses são pensamentos que não “pensaste”, da mesma maneira em que a primeira receptora destas palavras as recebeu como pensamentos que ela não “pensou”.
Vamos te apresentar agora a primeira receptora das palavras que formam Um Curso de Amor.
Mari Perron: A história por trás da transcrição de Um Curso de Amor
Mari Perron cresceu em uma família de classe trabalhadora em Saint Paul, Minnesota (EUA). Católica praticante, sentia profundamente sua fé e não tinha interesse particular em outras abordagens à espiritualidade. Ela diz:
Eu queria escrever romances misteriosos e fumar cigarros e ser uma intelectual.
Foi um relacionamento de conexão profundamente pessoal com duas outras mulheres que abriu o caminho para a transmissão de Um Curso de Amor.
Em 1993, Mari era uma das três administradoras que conduziam um programa externo de estudo para adultos no departamento de serviços de saúde da universidade.
A natureza de seus empregos exigia que as três mulheres – Mari, Mary e Julieanne – trabalhassem em estreita cooperação. Aproximadamente na mesma época, Julieanne e Mary descobriram que ambas estavam grávidas e que a data prevista de nascimento de seus bebês era quase a mesma.
Julieanne deu à luz um bebê saudável. O bebê de Mary, Grace, tinha uma séria malformação cardíaca. Cinco semanas após seu nascimento e após várias cirurgias, Grace morreu.
Elas leram muitos livros espirituais. Elas buscavam um caminho para sustentar a consciência da presença do amor diante da perda e da tragédia.
De maneira similar, aqueles familiarizados com a história de Um Curso em Milagres lembrarão que foi a “fala” do colega de Helen, Bill Thetford, de que “tem que haver um outro jeito” de sair do conflito e a concordância com plenitude de coração de Helen, que sinalizaram os eventos que levaram à transmissão através de Helen.
Como ocorre frequentemente com os escribas de ensinamentos revelados, como Helen Schucman, considerando os interesses e o contexto de vida da Mari Perron na época em que se iniciou a escrita do livro, ela não teria escrito Um Curso de Amor por conta própria. Ela diz:
Um Curso de Amor começou com um sonho. O sonho veio a mim em julho de 1997. No sonho, ouvi: Você não pode continuar vendendo sua mente por dinheiro. Sua mente agora pertence a Deus.
Meses de busca da alma se seguiram. Por fim, Mari deixou seu emprego e se preparou – para o quê, não fazia ideia. Depois de nove meses e muita incerteza financeira, ela pensou em voltar ao trabalho, mas um saber interno continuava lhe dizendo que ela “tinha trabalho a fazer por Deus”.
Foi então que sua amiga Mary compartilhou um sonho em que viu “um novo curso em milagres”. Mari sentiu que, de alguma maneira, o sonho de Mary era um anúncio do trabalho que estava por vir: um trabalho tão monumental que Mari fora incapaz de aceitar os sinais que agora, ao olhar para trás, apontavam o tempo todo para esse trabalho como escriba.
Uma semana depois, em 1º de dezembro de 1998, Mari começou a “ouvir” a voz. Ela diz:
Assim que ouvi a voz familiar de Jesus – não como me lembrava dela da minha juventude ou da Bíblia, mas como me recordava dela das muitas leituras de Um Curso em Milagres – fiquei impressionada com a tarefa que me foi apresentada.
Durante os três anos seguintes, dediquei-me a receber os três livros que se combinam para transmitir essa nova mensagem.
Jesus não deixa dúvidas acerca de sua identidade, como sendo a Fonte. Mesmo que você duvide da autenticidade dessa informação, não dá para negar que a voz que ditou o texto para a Mari fala com autoridade.
A Fonte desmantela tanto nossas crenças falsas quanto a forma insana de pensar do ego sem soar moralizador ou ameaçador. Ao mesmo tempo, ele é capaz de elevar nossos espíritos para que relembremos, reconheçamos e incorporemos nosso verdadeiro Ser.
O texto, escrito de forma muito graciosa, é permeado de gentileza, amabilidade e sabedoria profunda. Não é necessário acreditar que Jesus seja realmente a Fonte de UCDA para auferir os benefícios de sua leitura. Na verdade, a própria Mari Perron duvidou que Jesus fosse a Fonte de Um Curso em Milagres quando ela começou a ler o texto. Ela diz:
Li sobre o UCEM em um artigo de jornal que não o nomeou como um livro que veio através da voz de Jesus. Quando comecei a ler, ainda não o tinha reconhecido como tal e, quando me tornei consciente disso, não acreditei. Mas, naquela época, eu não largava o livro porque sentia que tudo nele era a Verdade com V maiúsculo… Depois de um tempo, comecei a pensar que talvez fosse mesmo Jesus.
Referindo-se a Mari, Jesus diz:
Talvez tenhas imaginado que a pessoa que recebeu estas palavras primeiro, as recebia através de seus pensamentos ou através de seus ouvidos, tal como na ideia de “escutar” palavras. Na verdade, a receptora destas palavras “escuta” estas palavras como pensamentos. Não são “seus” pensamentos, mas tampouco estão separados dela. Como isso é possível?
Simplesmente, não são os pensamentos separados do sistema de pensamento separado. Esta obra foi chamada de diálogo. Um diálogo é muitas vezes concebido como uma conversa entre duas ou mais pessoas e, como tal, é associado à palavra falada.
Quando entras em diálogo com outra pessoa, escutas, ouves e respondes. É exatamente isso que ocorre aqui. Tu “entraste” neste diálogo.
Um Curso de Amor começou com um sonho. O sonho veio a mim em julho de 1997. No sonho, ouvi: Você não pode continuar vendendo sua mente por dinheiro. Sua mente agora pertence a Deus.
Você também é um receptor de UCDA: Foi escrito especificamente para você
Uma das características mais marcantes de Um Curso de Amor é que, à medida que você o lê, brota um sentimento de que a Voz do livro te conhece intimamente.
As dúvidas que temos, as questões que levantamos, as reclamações que fazemos, as esperanças e aspirações que nutrimos são descritas com tal riqueza de detalhes que você fica se perguntando se a Voz estava escutando seus pensamentos quando compôs o texto. UCDA diz:
Qual foi o sentimento mais forte que tiveste enquanto lias este Curso e os materiais relacionados? Não foi um sentimento de ser conhecido? Acaso este Curso não abordou as perguntas, o anseio, as dúvidas que até agora consideravas exclusivamente teus? Acaso não falou contigo, como se conhecesse os segredos de teu coração? Como se tivesse sido escrito somente para ti? Assim foi.
Talvez penses que, para a receptora ou escriba [Mari Perron] deste Diálogo, este Diálogo possa, na verdade, parecer-lhe um diálogo, uma troca, uma conversa, e talvez te perguntes como tu, como leitor destas palavras, poderias sentir o mesmo.
Podes sentir o mesmo se reconheces que, à medida que lês estas palavras, és um “receptor” deste Diálogo da mesma maneira como aquela que ouviu estas palavras primeiro e as transferiu para o papel.
Acaso uma peça musical não é recebida por ti, mesmo que sejas apenas um entre milhares ou milhões que a escutam? Acaso importa quem é o primeiro a ouvir a música? Este é, em verdade, um diálogo entre nós dois.
A contribuição única da Mari Perron como “primeira” receptora, como observado por Jesus em Os Diálogos, é a “expressão” daquilo que foi recebido. Isso foi crucial para dar forma à transmissão num formato compartilhável.
O que aconteceu aqui é que palavras foram atribuídas a sentimentos e lembranças que tens na mente e no coração, e que compartilhavas neste diálogo.
A maneira de dizer isso talvez seja nova, mas a maneira de dizer isso é a expressão do ser humano que o recebe [Mari Perron]. A maneira com que ouves e respondes a essas verdades talvez seja nova, mas essa maneira também é do ser humano que o recebe; nesse caso, tu.
Este diálogo está ocorrendo em toda a tua volta. Eu estou contigo, e nunca te deixarei sem conforto. Chama por mim, pois estou aqui. Fala comigo, e te escutarei. Ouve e responderei. Estou em cada voz que te responde e tua voz é minha quando respondes aos outros.
Além do livro
Em sua página web (em inglês), www.mariperron.com, Mari convida a todos que foram profundamente tocados por uma ou mais leituras de Um Curso de Amor a entrar no mistério que está além do livro.
Um Curso de Amor vai reorientar nossas vidas. A coragem do coração é necessária para aguentar essa reorientação, para nadar pacificamente no mistério.
A linguagem do coração é necessária para falar do indescritível. . . .é a voz do próprio mistério do coração que ilumina. Lá, além da escuridão da mente pensante que nos separa de tudo aquilo que buscamos conhecer, se encontra o conhecimento de nossos sagrados corações.
Por que necessitamos de mistério? Onde mais encontraremos aquilo que “não conhecemos”, aquilo que nos permitirá criar o que ainda não sabemos?
Isso está além do livro.